10.10.06

"Opúsculo a-saudosista" ou "Neo-Manifesto existencialista"



O saudosismo consubstancia uma atitude humana perante o mundo que tem como base a saudade, considerada por Pascoaes o grande traço espiritual definidor da alma portuguesa — o que, segundo o poeta, é testemunhado pela literatura portuguesa ao longo dos séculos. No entanto, mais do que sentimento individual, a saudade é elevada a um plano místico (relação do Homem com Deus e com o mundo, ânsia nostálgica da unidade do material e do espiritual) e corresponde a uma doutrina política e social. Surgido no clima mental nacionalista, tradicionalista e neo-romântico de inícios do século, o saudosismo pretendia, tomando a saudade como princípio dinâmico e renovador (de forma algo obscura) levar a cabo, pela acção cultural, a regeneração do país. Seria, de acordo com o seu teorizador, a primeira corrente autenticamente portuguesa. Ligado a uma expectativa messiânica e profética, o saudosismo acabou por dar azo ao afastamento de alguns dos seus adeptos -—como António Sérgio, que não reconhecia no seu passadismo capacidade de renovação, ou até Fernando Pessoa, que, embora partilhando este elemento messiânico, acabou por preferir o projecto cosmopolita e revolucionário da Orpheu.

retirado de http://www.universal.pt/



O dia?
A noite?
O crepúsculo?
Que emerge depois do crepúsculo?
A emergência vital significará a imergência de nós em nós próprios ?


Todo o ser persegue o "feliz" e é feliz quando o persegue nao percebendo que persegue,
A felicidade é filha do fluxo vital, nunca poderá ser observada.
Se o tempo for feito de segundos, a vida é de felicidades.
Se não soubermos do tempo, somos eternos felizes.

Na
verdade, só depois de ultrapassarmos as fronteiras do inalcançado é que se revelam as trevas,
como se fôssemos encandeados e só restasse o negativo do momento conquistado...

o inverso da conquista...
o cristal submerso...

Se percorrermos amnésicos a fina linha entre o tempo e o espaço existimos em potência,
(ab)sorvemos a realidade como se fosse o real.
Infelizes somos no instante contíguo àquele em que se manifestou em nós a felicidade.

Queime-se essa saudade...
Aguce-se essa vibrante vontade instantânea...
Apoteose-se esse querer...
seja-se a ser agora, nunca a tentar que reapareça o Sebastião.
O presente é passado e futuro, o passado e o futuro são presente, se os olharmos no Presente.

A vida a reviver,
abstracta, redunda na mais decadente face do que é humano.
As memórias não passam de degraus.
São para serem pisados na caminhada ontológica,
são catapulta para o Ser e a catapulta não se arremessa junto com o projéctil,
ela fica________________________________
firme no solo, quando o Passado é
solo.

O viver deve depender do viver, não do reviver.
O saudar da nostalgia nada trás a não ser o cadáver do momento,
querer o que já foi é impressão neuropática.

Viva o viver!
Morte à revivência recalcada!

AGORA!!!