15.11.06

MORAES DE VINICIUS



Discorro, corro com o meu sangue, no aconchego das minhas veias cheias de vícios, de cheiro meio ocre e de viscosidades tépidas, fruto da não existência consciente aos olhos adormecidos.

Sonâmbulos indecisos!
Que Ode, existir a co-emegir.
O grito apanha, agrega, congrega, segrega,
negra luz que sombreias os nossos traços.
Traços marcados na pele nua, ferida, ensanguentada e dilacerada pela paixão que queremos atingir como fim e início de uma explicação interiorizada junto dos ossos.

Uma "viniciusidade" ociosa, sensação passional, ortogonal à Razão, o vazão da musicalidade do silêncio latente.

O aperto, o peito, apertados mas não mais.

Apertar, espremer, fundir as peles numa só carne que não conhece mais mágoa em dor.
Desapertados, acordados, saudamos...
Sou meio...
Não tenho fim...
Sou dois durante um poema...
Sou praga sem unguento, sedento!!

Falo a sublimar a minha existência conjunta, do etéreo persistir vivendo aos concretos rasgos de tinta.

Rita Monteiro e Incógnito Blasfemo

Máximas I

Muitos dizem que escrevo sobre nada, mas sobretudo escrevo!

O que é a espera senão aquele que desespera sem prefixo.

Ó máximo, ouves aqueles que te aclamam do fundo?

4.11.06

A degenerescencia de Socrates



Sentado à sombra de espíritos sequiosos, "Sócrates, o original", esse fabricante de Humanidade, trazia a problemática de volta às mentes rígidas ao quebrar tradições.
Remexia o boião dos valores e destilava-os, depurava-os até sobrar só o que harmonizasse, o que fosse não fosse mentira parecendo verdade à partida.
O pensamento filosófico, numa latência potente, típica de pioneiros, espetava as raízes no Homem, cravava no sangue as impressões do pensamento abstracto...
inspirada expiração "transcronológica".
O cepticismo era meio de de vida nobre, na Apologia do Reino Tangível da Incerteza Mundana.
As sombras eram carne e a carne era sombras.
O pensar socrático, no entretanto, afirmou-se estereótipo, enraizado ao longo do Tempo.

Ora, apercebendo-se do enorme sucesso que fez Sócrates, tanto o original como o jogador da bola lusófono, os notáveis sofistas contemporâneos Tugas decidiram livrar-se da barba ( junto com a aura misteriosa ) e trouxeram para os píncaros da Fama e do Poder uma personagem épica.
Um misto de :
* D. Sebastião ( herói dinástico popular ) com Neo ( herói cinematográfico cibernético )
*jogador de futebol com filósofo
*Grego Antigo ( símbolo do espírito ocidental ) com Português Antigo ( símbolo do saudosismo decadente manifestamente luso )
*Super-Homem cartoon com Zaratustra mediático
O NEO SÓCRATES TUGA!!!!
Mais conhecido por "Sócrates, o bonito" - em antítese à famosa fealdade do original.
AVÉ
AVÉ Sócrates, o bonito

assim se escrevem estórias sobre a História...

O espírito vivo português faz "zapping" nos notáveis mais notáveis da história portuguesa, entretidas com as fotos de infância e adolescência lusa...

Será que no futuro esta geração será lembrada como os "Garimpeiros da história"? Aqueles que desenterraram a maior e mais pura pepita espiritual lusa?
Ou se calhar o lugar comum tem razão e seremos mesmo a "GERAÇÃO À RASCA PARA SE ENCONTRAR, A NÃO SER NO COTÃO DO SEU UMBIGO".

"MUTATIS MUTANDIS, o Admirável Estado Novo da Nação"